segunda-feira, julho 02, 2012

EIS UM GUIA DE ORIENTAÇÃO TÍPICO DE UM MUSEU: 6º andar: RH – Obras modernistas que ajudaram a construir a identidade brasileira, como a tela Mulata na Cadeira, pintada por Di Cavalcanti em 1970. 8º andar: Marketing – Pinturas abstratas, com o tema intuição e realidade, produzidas no Brasil no século 20, como a tela Sem Título, de Iberê Camargo (1972). 10º andar: Auditoria – Quadros que retratam o trabalhador brasileiro, como Estudo para Painel Pau-Brasil, criado por Cândido Portinari em 1938. 18º andar: Private Banking – Peças que representam um olhar sobre o campo, como o óleo sobre tela Paisagem, de Francisco Rebolo Gonsales (1978). 24º andar: Corretora – Coleção cartográfica com obras de Jean Baptiste Bourguignon D’Anville, um dos mais importantes geógrafos e cartógrafos do século 18. Mas as descrições acima não são de um museu qualquer. São do catálogo que indica a disposição das obras de arte pelos 28 andares do prédio principal do Banco Santander Brasil, em São Paulo. Todo o acervo da instituição, com cerca de 3 mil peças, está distribuído pelos diversos endereços que ocupa. No edifício-sede estão 353 obras de grandes artistas: Joan Miró, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Tomie Ohtake, pintores e escultores de primeira linha. Boa parte deste acervo foi adquirido pelo Santander nos processos de incorporação do Banespa e do ABN Amro Real. O resultado foi a formação de um tesouro – compartilhado com seus funcionários. “Fico no 21º andar, mas adoro quando tenho reuniões no 6º. Minhas obras favoritas estão lá”, diz Litza Alvarez, gestora do segmento de varejo do Santander. Assim como o banco de capital espanhol, outras instituições financeiras são detentoras de grandes acervos. O Itaú, por exemplo, possui mais de 10 mil obras, entre pinturas, esculturas, instalações, fotos e livros. É mais do que tem o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, com suas 8 mil peças. O Banco do Brasil possui 2,8 mil obras, e a BM&FBovespa tem em suas dependências cerca de 350 quadros e esculturas representativos da arte brasileira. Não há como fazer frente ao poder de compra dos bancos no mercado de artes, mas empresas não financeiras também valorizam e expõem obras. A Pirelli é uma delas. O acervo da companhia tem 30 quadros de alguns dos principais pintores modernistas brasileiros, como Di Cavalcanti, Carybé, Alfredo Volpi, Aldo Bonadei, Clóvis Graciano e Heitor dos Prazeres. Todos eles foram expostos pela primeira vez ao público em 2009, durante a comemoração dos 80 anos da Pirelli no Brasil. O evento foi realizado no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera.

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