quarta-feira, julho 04, 2012

História dos Museus

Les cathédrales dévoilées

La Sainte Chapelle (1248), Paris, Ile de la Cité

Le Palais du Louvre, Paris (1546 - 1857)

MUSEU DO CAIRO

MUSEU DO LOUVRE.wmv

Dreamland Museu de Cera - Gramado / RS

Museu de Cera de Londres

Museu de Cera de Madri, Espanha

Museu do Ipiranga

Museu da Língua Portuguesa

Murales del Palacio de Bellas Artes

segunda-feira, julho 02, 2012

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL


                                             
EIS UM GUIA DE ORIENTAÇÃO TÍPICO DE UM MUSEU: 6º andar: RH – Obras modernistas que ajudaram a construir a identidade brasileira, como a tela Mulata na Cadeira, pintada por Di Cavalcanti em 1970. 8º andar: Marketing – Pinturas abstratas, com o tema intuição e realidade, produzidas no Brasil no século 20, como a tela Sem Título, de Iberê Camargo (1972). 10º andar: Auditoria – Quadros que retratam o trabalhador brasileiro, como Estudo para Painel Pau-Brasil, criado por Cândido Portinari em 1938. 18º andar: Private Banking – Peças que representam um olhar sobre o campo, como o óleo sobre tela Paisagem, de Francisco Rebolo Gonsales (1978). 24º andar: Corretora – Coleção cartográfica com obras de Jean Baptiste Bourguignon D’Anville, um dos mais importantes geógrafos e cartógrafos do século 18. Mas as descrições acima não são de um museu qualquer. São do catálogo que indica a disposição das obras de arte pelos 28 andares do prédio principal do Banco Santander Brasil, em São Paulo. Todo o acervo da instituição, com cerca de 3 mil peças, está distribuído pelos diversos endereços que ocupa. No edifício-sede estão 353 obras de grandes artistas: Joan Miró, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Tomie Ohtake, pintores e escultores de primeira linha. Boa parte deste acervo foi adquirido pelo Santander nos processos de incorporação do Banespa e do ABN Amro Real. O resultado foi a formação de um tesouro – compartilhado com seus funcionários. “Fico no 21º andar, mas adoro quando tenho reuniões no 6º. Minhas obras favoritas estão lá”, diz Litza Alvarez, gestora do segmento de varejo do Santander. Assim como o banco de capital espanhol, outras instituições financeiras são detentoras de grandes acervos. O Itaú, por exemplo, possui mais de 10 mil obras, entre pinturas, esculturas, instalações, fotos e livros. É mais do que tem o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, com suas 8 mil peças. O Banco do Brasil possui 2,8 mil obras, e a BM&FBovespa tem em suas dependências cerca de 350 quadros e esculturas representativos da arte brasileira. Não há como fazer frente ao poder de compra dos bancos no mercado de artes, mas empresas não financeiras também valorizam e expõem obras. A Pirelli é uma delas. O acervo da companhia tem 30 quadros de alguns dos principais pintores modernistas brasileiros, como Di Cavalcanti, Carybé, Alfredo Volpi, Aldo Bonadei, Clóvis Graciano e Heitor dos Prazeres. Todos eles foram expostos pela primeira vez ao público em 2009, durante a comemoração dos 80 anos da Pirelli no Brasil. O evento foi realizado no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera.

ATIVO VALIOSO

ATIVO VALIOSO A formação de coleções pelos bancos não é novidade. O fenômeno ganhou força a partir dos anos 60, com o crescimento do setor financeiro no Brasil. “Momentos de economia crescente têm grande influência sobre o mercado de arte”, diz Elly de Vries, coordenadora do Acervo Cultural do Santander. No início, as obras eram adquiridas por diretores e presidentes que queriam humanizar os espaços ou recebidas como pagamento de dívidas de colecionadores e artistas. Algum tempo depois, as empresas perceberam que tinham um ativo valioso – e, aos poucos, foram profissionalizando a gestão dos acervos. Os resultados para a população em geral começam a vir agora: uma onda de exposições e criação de espaços culturais dentro das empresas (da Pirelli, no MAM, recentemente, em São Paulo, ou do Santander, na sede, também em São Paulo, por exemplo). Algumas companhias têm especialistas como curadores de suas coleções. Outras criaram institutos – um dos mais antigos é o Itaú Cultural, responsável pela gestão das obras que pertencem ao Itaú Unibanco. Além de enfeitar os ambientes, as pinturas e esculturas passaram a ser expostas em espaços públicos, como museus e galerias de arte. “As obras são do banco, mas fazem parte do patrimônio do país e precisam ser compartilhadas”, afirma Elly, do Santander. A BM&FBovespa criou um espaço cultural próprio no centro de São Paulo para expor as obras de seu acervo. São, em média, três exposições por ano. Para esses eventos, Márcia Falsetti, responsável pelo acervo, convida curadores que combinam obras da instituição com outras de coleções particulares para compor o tema das mostras. Sempre com entrada gratuita, as exposições entram na conta da responsabilidade social e da maior exposição da marca BM&FBovespa. A média de público chega a 15 mil visitantes. “Um evento sobre Cândido Portinari recebeu um grupo de moradores de rua que nunca tinha tido acesso à arte. Foi emocionante acompanhar a reação deles ao observar os quadros”, diz Márcia. O Itaú foi além na democratização do acesso a seu acervo. Obras de arte e tecnologia de nomes como Edmond Couchot, Daniela Kutschat, Regina Silveira e Rejane Cantoni foram colocadas em sete estações do metrô de São Paulo. A exposição Arte Cibernética ficou em cartaz entre os meses de abril e maio do ano passado nas paradas Brás, Itaquera, Paraíso, República, Sé e Tiradentes. “Apesar de as obras ficarem em lugares de grande circulação, são respeitadas pelo público”, afirma Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. Além do conhecimento de história da arte, os profissionais responsáveis pelos acervos contam com a tecnologia para catalogar as obras com localização exata e histórico de empréstimos. No Itaú Cultural, esse trabalho é realizado por uma equipe de seis pessoas, que utiliza um software feito sob medida para registrar as obras do imenso acervo. O tratamento museológico que vem sendo dado aos acervos corporativos inclui o trabalho de avaliação – embora o valor de seu patrimônio permaneça em segredo. A BM&FBovespa está iniciando a reavaliação de suas obras. A tarefa deve ser concluída no final de 2012. O Banco do Brasil também está em processo de reorganização do seu acervo, com a revisão de catálogos, reavaliação de obras, restauração, reforma e digitalização. “Esse tipo de trabalho precisa ser feito pelo menos a cada quatro anos, porque o valor da obra e também do artista muda”, diz Márcia, da BM&FBovespa. Por Silvia Balieiro